A investigação original - o estudo TANDEM
Com o objetivo de estudar o papel dos homens na educação de infância na Alemanha, a equipa de Dresden (Escola Evangélica da Universidade Protestante de Ciências Aplicadas em Trabalho Social, Educação e Enfermagem) iniciou um estudo a que chamou Tandem (nome dado a uma bicicleta de dois lugares) onde pares de educadores de infância (EI) foram observados a brincar com crianças entre os 4 e os 5 anos de idade (na Alemanha cada sala tem geralmente dois educadores e pelo menos um auxiliar). Para o efeito, os adultos constroem com a criança um produto usando vários materiais do quotidiano numa situação quasi-experimental. Nesta experiência foi observado e comparado o comportamento dos EI (profissionais), do género masculino e feminino com as crianças. Cada par (masculino-feminino ou feminino-feminino) de EI brincou com a mesma criança durante 20 minutos. As crianças eram convidadas a brincar à vez com cada EI. Era dada uma instrução básica: a criança e o adulto deveriam usar algum do material e construir algo em conjunto. O objetivo deste estudo era comparar os produtos construídos pelas crianças, o envolvimento/participação e os materiais escolhidos ora com EI masculinos, ora femininos. Também se compararam os comportamentos de interação dos EI masculinos e femininos. A investigação alemã foi realizada com uma amostra de 41 EI feminino e 41 masculino que em todos os casos trabalhavam em parceria pedagógica/tandem em salas de jardim de infância, bem como foi usado um grupo de controlo com 12 tandem feminino-feminino.
O atual estudo em Portugal
Na investigação portuguesa foram recolhidos quatro tipos de amostras:
A equipa portuguesa (Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Lisboa) acrescentou à investigação original o estudo da interação Pais e Filhos/Filhas. Com esta novidade pretendemos comparar os produtos construídos pelas crianças, o envolvimento/participação, os materiais escolhidos, as relações afetivas e a comunicação com EI masculinos e femininos, mas também com mães e pais. Em Portugal os EI têm um grau académico e formação pedagógica com uma duração de 4 anos. Assim, é de esperar que formação e experiência pedagógica afete os resultados e oriente os comportamentos dos EI. Por outro lado, os Pais são figuras de vinculação e podem ser companheiros de brincadeira. Esperamos conseguir descrever diferenças e semelhanças entre Pais e EI a partir do género do adulto, do género e idade da criança e outros fatores educativos/familiares. A generalidade da literatura indica que os pais dedicam mais tempo a brincadeiras físicas/motoras enquanto as mães usam mais a comunicação verbal e a afetividade (para uma revisão Faria, Lopes dos Santos & Fuertes, 2015). Nesta situação experimental podemos observar as formas de comunicação verbal de pais e mães, a interação/comportamento afetivo, e os contributos para a aprendizagem, autonomia e participação da criança.
Atualmente estamos a descrever a comunicação adulto-criança em termos de: solicitações, reforço positivo, instruções, perguntas, comportamento do EI, etc. É também nosso objetivo descrever as relações afetivas adulto-criança usando a Escala Portuguesa (Fuertes, F., Canelhas, D., Costa, A., Faria, A., Ribeiro, Serradas, C., Soares, H., Sousa, T., & Lopes dos Santos, P., 2015).
- 20 díades criança-EI (profissional) feminino: 10 díades com meninas e 10 com meninos;
- 20 díades criança-EI (profissional) masculino: 10 díades com meninas e 10 com meninos;
- 40 díades com pais: 10 díades mãe-filha, 10 díades mãe-filho, 10 díades pai-filha e 10 díades pai-filho.
A equipa portuguesa (Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Lisboa) acrescentou à investigação original o estudo da interação Pais e Filhos/Filhas. Com esta novidade pretendemos comparar os produtos construídos pelas crianças, o envolvimento/participação, os materiais escolhidos, as relações afetivas e a comunicação com EI masculinos e femininos, mas também com mães e pais. Em Portugal os EI têm um grau académico e formação pedagógica com uma duração de 4 anos. Assim, é de esperar que formação e experiência pedagógica afete os resultados e oriente os comportamentos dos EI. Por outro lado, os Pais são figuras de vinculação e podem ser companheiros de brincadeira. Esperamos conseguir descrever diferenças e semelhanças entre Pais e EI a partir do género do adulto, do género e idade da criança e outros fatores educativos/familiares. A generalidade da literatura indica que os pais dedicam mais tempo a brincadeiras físicas/motoras enquanto as mães usam mais a comunicação verbal e a afetividade (para uma revisão Faria, Lopes dos Santos & Fuertes, 2015). Nesta situação experimental podemos observar as formas de comunicação verbal de pais e mães, a interação/comportamento afetivo, e os contributos para a aprendizagem, autonomia e participação da criança.
Atualmente estamos a descrever a comunicação adulto-criança em termos de: solicitações, reforço positivo, instruções, perguntas, comportamento do EI, etc. É também nosso objetivo descrever as relações afetivas adulto-criança usando a Escala Portuguesa (Fuertes, F., Canelhas, D., Costa, A., Faria, A., Ribeiro, Serradas, C., Soares, H., Sousa, T., & Lopes dos Santos, P., 2015).
Conclusões
As conclusões alemãs apontavam diferenças não significativas entre o comportamento de homens e mulheres. A maioria das diferenças foram encontradas no que diz respeito à escolha dos materiais pelos EI e na transformação dos temas em produtos por parte dos rapazes e das raparigas. EI de ambos os géneros tendem a comportar-se de forma diferente em relação a meninos e meninas e a tendência é mais acentuada nas educadoras (do que nos educadores). Ao realizar este estudo em Portugal esperamos comparar os resultados nas culturas portuguesa e alemã, explorar as diferenças na formação e nas abordagens pedagógicas e provavelmente comparar duas realidades profissionais muito diferentes.
Palavras-chave
Educação de infância; Pais e Educadores; Género; Comportamentos comunicacionais, interativos e lúdicos; Formação inicial de Educadores de Infância; Estudo inter-cultural.